Monday, August 23, 2004

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Depois do quarto, os cinco minutos. Sempre. Não consigo imaginar outra coisa pra escrever que não se relacione com o fato, e de realmente não conseguir entender o que passa na sua cabeça quando digo isso. Cinco minutos. Peco pelo impulso, mas isso já é caso revelado por mim, e até por você. Sempre que digo cinco minutos, eu só quero dizer pra você ficar mais um pouco, e não precisa ser desse jeito, basta você deitar na minha barriga e me dizer que adora isso enquanto eu me esforço pra encontrar a melhor maneira de te acomodar aqui só pra você não ficar sem ar. Só quero dizer que quando digo que gosto das coisas que você não gosta em si mesma, é por que eu realmente gosto. Só quero que você se faça menos insegura. Quero dizer que não há motivos pra coçar os olhos. Só quero dizer que não há Coca-cola, malboro, chocolate ao leite, Wilco, kubrick ou Fiódor que diminua a saudade. Que não tem fotos suas aqui, mas sempre tem morangos na geladeira e minha memória olfativa é muito boa. E de que nunca foi tão fácil aceitar que gosto tanto de alguém, e nunca foi tão difícil dizer isso. Mesmo depois de ter dito isso tudo, não ter medo de soar piegas. Tento resumir isto. Tento resumir esta. Cinco minutos.