Monday, April 03, 2006

Não há lugar como o lar

Caruaru é uma cidade de tons marrons. Desde o chapéu de vaqueiro, passando pelo pátio do forró e chegando no finzinho de tarde. E também é uma cidade meio metida a capital que carrega no fundo um medo de se sentir esquecida pelo tempo, como a maioria das cidades vizinhas, com pouquissímas resalvas. Cheguei aqui ontem, tô começando a me situar ainda e são só as primeiras impressões. Espero mesmo me habituar a essa vida, leve e lenta de interior, que por que as pessoas daqui tentem afastar, ainda conservam. E a vida aqui é baratinha também, por exemplo agora que acabei de almoçar, peguei dois ônibus, tomei uma coca, uma hora na lan house e tudo isso me custou menos de dez reais. acho que em Recife, só as passagens custariam isso.
Vou sentir falta das minhas coisas, só minhas em Recife.
Vou sentir falta do meu quarto, que agora eu já tenho dúvidas se ainda vai voltar a ser meu.
Vou sentir falta da conversa depois do jantar de todos os dias, com Sra. Nadja e Dr. Aurélio.
Vou sentir falta de, vez por outra, descer a mão em Thiago ou discutir com Kalina.
Vou sentir falta de conversar com Hugo e com Sergio.
Vou sentir falta de ver Lika todo dia, de dormir com Lika todo dia, de acordar com Lika me cutucando todo dia.
Mas agora eu tenho que tentar construir aqui, nessa cidade marron e sem setas, meu lar. Que é pra tentar fazer com que toda essa saudade fique, o pouco que seja, menor.